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Vivendo no Reino Unido pós-Brexit

Por Damian Chalmers 
Como é ser brasileiro vivendo no Reino Unido pós-Brexit? Os próprios brasileiros e seus parentes e amigos podem responder esta pergunta melhor do que eu. Mas, certamente, é possível afirmar que a voz da intolerância e da xenofobia se tornou mais alta nos últimos cinco meses.
A ideia de que os imigrantes são um problema se transformou, de forma assustadora, em um novo senso comum na Grã-Bretanha. Como resultado, muitos não britânicos acabaram perdendo o sentido de casa que adquiriram por viverem a muitos anos no Reino Unido.
O Brexit, porém, ainda não aconteceu – e nem acontecerá até 2019, no mínimo. Quais oportunidades, riscos e ameaças a saída do Reino Unido da União Europeia reserva para brasileiros e latinos que moram no país?
Para começar é bom tirar uma quimera do caminho. Entrar no Reino Unido pode ficar mais fácil para alguns brasileiros. Durante a campanha antes do referendo, muitos argumentaram que o Brexit faria com que a política imigratória britânica ficasse menos eurocêntrica. Propostas foram apresentadas para a adoção de um sistema pelo qual pontos são concedidos aos imigrantes por determinadas habilidades e qualidades – se o indivíduo atinge certo número de pontos, ele pode entrar no país. Tal sistema, em teoria, não leva em conta a nacionalidade. A Austrália, que usa esse método, recebe mais imigrantes do que o Reino Unido.
Infelizmente, as coisas não são assim tão simples. A posição atual do governo britânico é de que a entrada de imigrantes de fora da Comunidade Econômica Europeia (CEE) ainda está em níveis muito altos. Em agosto, a entrada líquida de imigrantes no Reino Unido foi de 327 mil pessoas, sendo 190 mil cidadãos não europeus e 180 mil europeus, e 43 mil britânicos deixando o país. O governo pretende reduzir a entrada líquida para dezenas de milhares, algo em torno de 80 mil a 120 mil. A entrada de não europeus teria de cair para entre um terço e metade dos níveis atuais. Qualquer sistema de pontos seria aplicado de acordo com a posição de cada nacionalidade dentro dos alvos previamente estipulados.
Há outra má notícia para os latino-americanos. Não pela primeira vez, é improvável que eles estejam em uma competição justa com a Europa. Cidadãos em busca de empregos de alta qualificação (médicos e acadêmicos, por exemplo) são mais suscetíveis a conseguirem visto de residência. Haverá, portanto, vagas limitadas para pessoas de outros lugares do mundo. Além disso, é possível que o Reino Unido dê passe livre para europeus em busca desses trabalhos em troca de acesso à zona de livre comércio europeia, reduzindo as chances dos não europeus.
Isso será bom para os latino-americanos com passaporte europeu – eles continuariam a ter acesso a esses trabalhos. Mas isso traz uma questão racial: é mais provável que sejam brancos do que afrodescendentes.
Se a vida é melhor para aqueles com cidadania europeia do que latino-americana, ela continuará a ser tão boa assim?
A rota escolhida por muitos é procurar por trabalho enquanto se aprende inglês. De muitas formas, isso não estará mais disponível no Reino Unido. Até para os cidadãos europeus é provável que não haja mais essa opção.
Há também aqueles que residem aqui há muitos anos. A posição do governo britânico é de garantir os direitos dos cidadãos europeus residentes no Reino Unido se houver reciprocidade em relação aos cidadãos britânicos vivendo na União Europeia. Como não há argumentos contrários a isso por parte da UE, um acordo deve ocorrer em 2017.
Então tudo certo? Nem tanto.
Em primeiro lugar, não se sabe a qualidade do direito de residência a ser garantido. Atualmente, cidadãos europeus podem aplicar para residência permanente depois de viver cinco anos no Reino Unido. Caso contrário, eles só podem residir aqui se forem economicamente ativos, autossuficientes ou parentes de cidadão europeu nessas condições. Se deixarem seus empregos ou negócios no Reino Unido e voltarem mais tarde, devem começar novamente. Isso não é exatamente um problema porque cidadãos europeus podem voltar para procurar trabalho. Mas não está claro se o direito de retorno será garantido. Se um brasileiro com cidadania italiana desistir de um trabalho após dois anos no Reino Unido e voltar ao Brasil por três meses, não se sabe se poderá voltar ou não.
Em segundo lugar, não está claro também quem terá esse direito. Atualmente, a lei europeia garante que qualquer cidadão com dupla nacionalidade pode reivindicar seus direitos como cidadão europeu independentemente da conexão entre o estado europeu e o estado latino-americano. De acordo com o direito internacional, porém, os estados podem requerer um teste de nacionalidade. O indivíduo precisaria mostrar uma ligação genuína com o estado de sua cidadania europeia para usufruir dos benefícios europeus. Não está claro que tipo de teste o Reino Unido aplicaria. Um brasileiro vivendo no Reino Unido com cidadania europeia por ser filho de mãe italiana, por exemplo, pode ficar vulnerável.
A última questão é quais direitos, além da residência, esses cidadãos poderão ter acesso no futuro. Antes do referendo, um ponto fundamental dos debates era que os cidadãos europeus não poderiam aplicar para muitos benefícios sociais nos primeiros quatro anos de residência. Seria surpreendente se o governo britânico oferecesse qualquer condição mais generosa. É possível que os cidadãos europeus tenham direitos limitados no Reino Unido até que eles passem certo número de anos no país.
Os tempos são incertos para todos os brasileiros. Se tiverem cidadania europeia, vale a pena buscar informações com seus respectivos estados europeus. Se estiverem no Reino Unido por tempo suficiente, é recomendável começar o processo de residência permanente.
Vou terminar com algum otimismo. Os governos europeus não toleram que seus cidadãos sejam mal tratados e, dada a linguagem agressiva de alguns políticos britânicos, devem adotar uma postura “um por todos e todos por um”. Além disso, o tipo de sistema de imigração previsto acima pode ser mais prejudicial à economia britânica do que o acesso limitado ao mercado único europeu. Ou seja, o governo britânico pode recuar.

Por fim, não se sabe se as autoridades podem lidar com tudo isso. Nos últimos cinco anos, 150 mil novos passaportes britânicos foram emitidos a cada ano. Como eles lidariam com os requerimentos de 3,6 milhões de cidadãos europeus que vivem no Reino Unido permanece um mistério. Eles podem acabar sendo forçados a facilitar o processo.

Fonte: http://brasilobserver.co.uk/?p=3083

5 BAIRROS POR ONDE VALE A PENA SE PERDER NAS COMPRAR E NA GULA!

MAYFAIR – Um dos bairros mais chiques de Londres, localizado a sul da Oxford Street, no interior do quadrado formado pelas Oxford e Regent Street (a norte e a leste, respectivamente), Piccadilly (a sul) e Park Lane (a oeste). Um quadrado banhado a ouro chamado Mayfair. Lá você vai encontrar as melhores lojas de roupa, joias, sapatos e acessórios do mundo, tais como Dior, Hermes, Miu Miu, Chanel, uma loja da Victoria’s Secrets de 16 mil metros quadrados, a loja da Victoria Beckham, Jimmy Choo, Chirstian Louboutin, Alexander McQueen dentre todas as outras que possam passer por sua cameça. Prepare o bolso, porque em Mayfair você irá tudo do bom e do melhor, porém talvez fiquem os olhos da cara!

MARYLEBONE – Marylebone High Street é uma rua especial no West End de Londres, repleta de excelentes restaurantes e boutiques exclusivas, assim como cafeterias ultra chiques e livrarias de conteúdo especial como a La Fromagerie e a Daunt Books. Marylebone é a vizinha a norte de Mayfair e, sendo chique, é-o de uma forma mais indie. Fica a norte da Oxford Street e a sul do Regent’s Park, por suas redondezas estão a fictícia casa do Sherlock Holmes, o Museu Madame Tussaud, a Fundação Calouste Gulbenkian, a reputada escolar de cozinha Le Cordon Bleu, a instituição de decoração que é a Conrad Shop e a única loja Kusmi Tea da cidade. E bem perto das suas fronteiras fica a Harrods, onde recentemente abriu a maior loja de sapatos do mundo, a Shoe Heaven, com 42 mil metros quadrados só de sapatos! Divirta-se!

NOTTING HILL – Excelente lugar para se comer bem! As dicas são, Notting Hill Kitchen do chef português Luís Baena, a hamburgeria Electric Diner, a pizzeria Pizza East, a padaria Gail’s que faz do pão e dos bolos, das papas de aveia e da granola, dos ovos com polenta e das fatias douradas boas razões para contaminação!
Para os fanáticos por comida orgânica, recomendo a Daylesford, que vence a batalha acenando a bandeira da agricultura orgânica há 30 anos, a partir de um pequeno sítio no interior da Inglaterra.
O Ottolengul é também uma ótima opção para quem gosta de comer healthy , eles utilizam produtos locais, artesanais, frescos, sem corantes nem conservantes!  Vale a pena conferir.
O Pub The Churchil’s Arms localizado na Kensington Church Street é outro lugar especial, uma verdadeira experiência! Ele possui um restaurante tailandês ao fundo, onde todos os pratos são deliciosos e todos custam exatos £8,50!
Ah, todo sábado tem a Feira de Portobello Market, onde você irá encontrar de tudo, começando por antiguidades,  passando por artesanatos, roupas vintage e muitas deliciosas comidas de rua de todas as partes do mundo.

CHELSEA – Um bairro com uma variedade de atividades a fazer. Começando por tomar um café da manhã na orgânica Daylesford, comprar de um ramo de flores na Wild at Heart com a assinatura da famosa Nikki Tibbles, que trabalha com flores há mais de 20 anos, visitar a umas quantas galerias e alguns antiquários, assim como assistir as exposições da Saatchi Gallery e almoçar no healthy  Good Life Eatery, o primeiro restaurante de uma tendência que vem com saldas, sementes, sucos e batidas (e sem glúten). Pela tarde você pode vagar no bairro entre a very British Stella McCartney (na Fulham Road), a Sloane Square, onde fica a loja da Hugo Boss e o novo espaço da americana J. Crew e a Sloane Avenue, recheada com Bulgari, Cartier e D&G.
O bairro que até o começo do século XVI era apenas uma aldeia de pescadores junto ao rio e a partir do século XVII o lugar dos ricos, é hoje, entre muitas coisas, o lugar onde o galáctico Gordon Ramsay implementou, em 1998, o seu restaurante de fine dinning com três estrelas Michelin.
Chelsea já foi um bairro boêmio, onde o movimento punk ganhou fulgor. Na icónica King’s Road, a não menos icónica estilista britânica Viviene Westwood inaugurou a sua primeira loja, e aqui viveram os músicos Malcom McLaren, Mick Jagger, Keith Richards e os Beatles! Atualmente o bairro abandonou o visual punk. Cresceu, tornou-se yuppie, substituiu os picos nos casacos por ternos, gravatas e Porsches.

SHOREDITCH E DALSTON – Em Londres há espaço para tudo e para todos. E no East End dá-se um jeito ainda mais. Há muito que esta zona, a nordeste da cidade abandonou a sua conotação negativa e o lado mais obscuro. Os artistas ajudaram a efetivar a mudança. O chef Nuno Mendes foi um deles. Em 2006 abriu o primeiro restaurante, Bacchus, na Hoxton Street, em Shoreditch. Depois usou o seu apartamento (também em Shoreditch) para o supper club The Loft Project. Em 2010 abriu o Viajante no Town Hall Hotel em Bethnal Green, o que lhe valeu a primeira estrela Michelin.
The Chove Club também abriu num bonito Town Hall, mas o de Shoreditch. E também ganhou a primeira estrela Michelin. Os donos têm também no currículo experiências de supper cllub no East End. A cozinha, liderada pelo jovem e criativo chefe de cozinha irlandês Isaac MacHale, é modern english. Provando que a gastronomia britânica está muito bem, obrigado.
Londres sempre recebeu bem todo o mundo – e o mundo todo sente-se em casa aqui. Uma das últimas modas é a cozinha Peruana. O prestigiado Virgílio Martínez (de Central em Lima, número 15 na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo) abriu na cidade dois restaurantes, sendo o mais recente o Lima Floral, no Soho (o primeiro dfoi o Lima, em Fitzrovia). Em Shoreditch, a novidade é o Andina com cozinha peruana acessível e bem-disposta.
Bem perto do Andina fica um dos mais recentes projetos de Shoreditch: o Box Park. Um centro comercial pop up, alternativo, feito de uma combinação de containers, onde cabe tudo: da Moleskine a Replay, dos donuts a lojas só de head phones, do design a GAP concept store. Atravessando a rua e entrando no coração de Shoreditch, há que não deixar escapar a Redchurch Street, onde lojas de massa caseira (Burro e Salvia), de chás (T2), bares gays, cafés com lojas de decoração (Maison Trois Garçons) ou com cadeiras ao ar  livre (Allpress), lojas com muitos e bons estilistas dentro (Hostem) e os graffiti nas paredes convivem numa harmonia desconcertante.
Aos domigos acontece a tradicional feira de flores na Columbia Road, onde é também casa de uma dos melhores restaurantes espanhóis de Londres, o Laxeiro, absolutamente imperdível, a feira e o restaurante.
Dalston ainda não chegou aí. Com turcos e caribenhos a dominar este pedaço a norte de Shoreditch, o bairro ainda mantém um look clandestino e underground, mesmo depois de os Jogos Olímpicos o colocarem na lista dos locais a não perder da cidade. O Dalston Roof Park, um centro cultural com bar no topo de um edifício, o Oto, café-conserto com uma programação cultural rica e o histórico bar de jazz Vortex, dão-lhe um clima artístico que tem tudo para vingar. E dar o que falar.
Em Dalston abriu também The Portuguese Conspiracy, uma deli portuguesa, com bacalhau a Bras e vinhos, uma outra boa opção para quem ama uma boa comida.